Tínhamos
acabado o ensaio do grupo coral e para marcar as férias, porque era o último
dia, decidimos almoçar por ali mesmo. Para isso fomos a um pequeno
restaurante pertinho da igreja da Praça de Londres, onde se comem uns gulosos hamburgers.
Primeira
questão: dentro ou fora? E decidimos ficar cá fora, ao ar livre, onde tem uma
pequena esplanada. Veio o "garçon", dispôs as mesas de modo a
ficarmos instalados o melhor possível e na sombra, por causa do sol. Fizemos o
pedido e enquanto esperávamos, íamos brincando e gracejando com o que surgia.
Começaram
a cair uns pingos de chuva muito espaçados, que não nos fizeram sair dali
porque, entretanto, aparecia o sol e quando aparecia, já não estávamos na
sombra. Então, levantávamo-nos todos ao mesmo tempo e fazíamos avançar as
mesas, bem como as cadeiras, no sentido da sombra. Mas depois, lá vinham mais
uns pingos de chuva que não nos deixavam perceber se ia aumentar ou não. E
quando achávamos que tínhamos que nos levantar e procurar assento no interior
do restaurante, os minhones dos pingos de chuva paravam. E mais uma vez, lá
vinha o sol e com ele nós continuávamos a afastar-nos no sentido da sombra.
Com isto,
já estávamos um pouco longe do espaço do âmbito da esplanada e das outras
mesas e pessoas que aí estavam, porque os outros estavam abrigados com chapéus
de esplanada. Só nós não tínhamos protecção alguma.
Já
tinham corrido algumas anedotas e piadas que nos iam ajudando a descontrair e a
rir muito e lá veio o sol e nós fora da sombra. Não. Não queríamos, não
podíamos almoçar debaixo de sol. Então, uma vez mais, os seis
cantores voltaram a levantar as mesas mais as cadeiras, um bom bocado mais
para diante, distanciando-nos ainda mais do resto da esplanada.
E foi
então que o Zé, com o humor que toda a vida lhe conheci e que lhe é tão
peculiar, nos fez rir tanto que até as pregas do estômago me doíam, dizendo:
-
Daqui a pouco estamos a almoçar na Mexicana (que é do outro lado da praça)...
De facto (!) ...