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quarta-feira, 8 de abril de 2020

Covid 19 - 58


Dois mil e dezanove, dois mil e vinte, um ano diferente. Um ano que nunca mais esqueceremos.

 

Um ano difícil e que exigiu de todos, independentemente do sexo, da idade e da etnia; da cultura, da religião, da posição social e estatal, uma atitude firme e uma fé inabalável. Uma paciência sem limites e uma aceitação quase infinita.

 

Um ano em que todas as nossas capacidades foram postas à prova de fogo e que apelou à boa vontade de todos e de cada um em particular. Um ano em que tivemos que nos superar a nós mesmos e que testou todos os nossos horizontes, fazendo-nos sair da nossa zona de conforto, das nossas rotinas, das nossas famílias e do nosso universo unidimensional. Um ano completamente inesperado, que nenhum ser humano podia prever, nem sonhar e muito menos viver.

 

Um ano terrível e para muitos particularmente doloroso, que tiveram que abdicar do último adeus aos seus entes mais queridos. Um ano em que assistimos nas redes de comunicação social a imagens de verdadeiros horrores, em que o caos se instalou e por todo o lado imperou. Um ano que nos fez chorar lágrimas de grande angústia e o desespero muitas vezes nos dominou. Um ano em que o medo teve o seu lugar de destaque e com ele fomos obrigados a ver, sentir e vivenciar a dor, porque onde ela passou.

 

Um ano verdadeiramente infernal para todos quantos tiveram que se desdobrar para se manter e manter os outros sob cuidados de saúde física, mental, espiritual. Um ano que se atravessou no caminho de todos, alterando projectos, trabalho, viagens, sonhos... traçando o seu próprio destino, cumprindo o seu exacto caminho. Um ano em que a terra estremeceu e mostrou ao homem que quem manda é o universo e que perante a essência do criador nada somos.

 

E mais... que é preciso, é urgente fazer a mudança, a mudança que começa em nós mesmos. A mudança que fará toda a diferença quando deixarmos de pensar menos no “ter” e muito mais no “ser”.

 

Um ano amargurado em que muitos foram exaustivamente massacrados com uma carga de trabalhos redobrados em quantidade e qualidade, enquanto outros simplesmente pararam, para serem obrigados a ter tempo para si e para o seu agregado familiar ou simplesmente se desorientaram por não saber o que fazer.

 

Mas, acima de tudo, dois mil e dazanove, dois mil e vinte – o ano em que o mundo mudou - ficará na história da humanidade como o ano que nos ensinou a ser mais fortes do que nunca antes ousámos ser.

 

O ano em que aprendemos a valorizar tanto a vida, que nos fez compreender, de uma vez por todas, que a vida é hoje.